sábado, 22 de setembro de 2012

A Conduta Moral e Ética



Estudo Bíblico

A Consciência Moral e Ética
"O Clamor pela Justiça"

Texto:
Isaías 5:1 - 30.

    Introdução:

     O texto registrado no capítulo quinto do livro profético do profeta Isaías, retrata na figura retórica de parábola, a nação Israelita como uma vinha, de propriedade particular do Deus Jeová. O primeiro versículo deste capítulo relata que a vinha foi plantada num lugar fertilíssimo e as mudas plantadas foram as melhores escolhidas dentre tantas, porque o agricultor esperava colher uvas boas; mas, o inverso aconteceu, as uvas produzidas eram bravas.
    Nos versículos seguintes até o sétimo, Deus faz uma declaração: o que poderia ser feito além do que já havido sido, para que a vinha desses bons frutos, tendo em vista, que ela foi plantada numa terra muito fértil e as mudas foram escolhidas as melhores, então o que poderia ser feito, além disso?
Esta linguagem ilustrativa em forma de metáfora, diz-se sobre o comportamento de Israel comparado aos frutos produzidos por uma vinha, em que houve um investimento e um cuido especial com o objetivo de que viessem a produzir frutos bons, de excelente qualidade. Deus através do profeta Isaias, retratou as atitudes de Israel comparando-a a um vinhedo em que seus frutos estavam impróprios ao consumo, reprovados; e que portando, havia perdido sua razão de existir. Agora seria devastada e transformada em pastos, e posteriormente em desertos, em cujo solo passaria a produzir espinhos e abrolhos; Tornar-se-ia uma terra seca, sem sebe "cerca", proteção.
    Mais adiante, nos versículos seguintes, toda esta ilustração vai se tornando mais clara. Uma série de regras vai sendo esboçadas, trazendo as claras o que o termo "frutos bravos" traduzia os atos e comportamentos de Israel, que de forma tão enfática foram reprovados por Deus.
    Na sequência, temos a descrição de um código de conduta moral e ética precedidos pelos termos "ai" que foram usados por Deus, ou melhor, que foram criados por Ele, e usados para julgar os atos da casa de Israel. Ei-los a seguir.

1 – A desigualdade Econômica Social: (Is 5: 8 - 10).
      
     Nos versículos 8 a 10, Deus relata que existiam entre o povo, homens gananciosos que queriam dominar a terra possuindo grandes latifúndios e exuberantes mansões, sem se importar nem um pouco com os menos favorecidos. Estes homens buscavam enriquecer-se sempre mais, em contraparte, ao crescimento cada vez maior, da pobreza de quem já não tinha quase nada.
    Esta desigualdade incomodava muito a Deus; porque a equidade sócio econômica estabelecida por Ele desde o Jubileu, que acontecia a cada 50 anos. Não estava sendo praticada, vivenciada nas relações sociais entre o povo Israelita. No versículo 7, Deus declara que desejou que o povo exercessem juízo, mas ao contrário exerceram quebrantamento da lei, e a justiça, que ao contrário exerceram o clamor.
    As lamentações dos que eram injustiçados por força dos poderosos, moveu a mão de Deus contra os tais; então Deus diz que transformaria o cenário real, em que as grandes mansões ficariam desertas, a terra perderia sua produtividade, a ponto de que dez jeiras (40.000 mil metros quadrados) que normalmente produzia 500 batos (15.000 litros) de vinho, passariam a produzir apenas um bato, redução para 0,20 % à produção de vinho.
    Neste código de conduta moral e ética estabelecido por Deus "equidade social e econômica", vimos a capacidade que aquele povo tinha de desordenar o que de forma tão bem organizada havia sido estabelecido por Deus. Os versículos iniciais deste capítulo declaram que Deus, cercou "demarcou" a terra, tirou as pedras e de forma ordenada plantou a vinha. A ambição que é um mal que perdura até nossos dias, foi e é capaz de promover a desigualdade social, promover o sofrimento e a escravidão, tudo em nome do poder e da riqueza, em detrimento aos menos favorecidos.
    Se Deus não suportou isso no passado e deu a punição que covinha aos homens maus daquela época, chegará o dia em que esta lei será aplicada novamente na terra.

2 – O Declínio Moral: (Is 5: 11 – 17).

      O versículo décimo primeiro inicia-se com mais uma declaração da quebra do código de conduta moral e ética, quando diz que o homem se embriaga desde a manhã até a madrugada, e até que o vinho os esquenta. Esse termo "esquenta", significa até que percam todo o controle sob si. Esse é o passo inicial para uma soma de atitudes improprias e desprovidas de qualquer pudor, e de respeito a qualquer conduta moral. É, portanto, a razão de os versículos seguintes dizerem, que os que procedem assim, perecem por falta de entendimento, pelo fato de não conhecerem os feitos do Senhor.
    Na sequência o profeta relaciona uma série de mazelas provenientes de tais atitudes, como: a escravidão física e a dependência química do álcool; a fome e a sede provenientes do cativeiro; e o pior, a perda da glória "proteção" de Deus, que faz que a cova aumente o seu apetite e abra a sua boca desmesuradamente, como diz o versículo 14.
    O declínio moral, em escala cada vez mais crescente tem levado a sociedade ao caos total, onde os indicadores sociais apontam para o elevado aumento da delinquência juvenil; do homossexualismo; da prostituição; da pendêencia química e da falta de respeito mutuo entre os cidadãos, princípio básico de convivência social.

3 – Relativismo Moral: (Is 5: 18, 19).

    O código de conduta moral e ética foi quebrado com o relativismo moral; diz-se nos versículos 18 e 19 "... que os homens puxavam para si a iniquidade com cordas de injustiça, e o pecado como com tirantes de carro". Esta expressão declara que os homens tentavam justificar suas iniquidades se apoiando nas próprias injustiças. O que significa dizer que, para eles o pecado era obra das circunstâncias em que se encontravam quando os praticavam, e não poderiam ser imputados como iniquidades, em razão das injustiças que eram acometidos. O que expressa muito bem, a ideologia sobre o relativismo moral.
    Essa ideologia cultivada pelos homens que viveram na época do profeta Isaías e que foi profetizado por ele 700 anos antes de Cristo; hoje em dia ganhou uma conotação ainda maior na dita sociedade moderna, ou pós-moderna. Em que os valores morais deram lugar ao relativismo moral, frase que traduz bem o declínio da moral na sociedade hodierna.
    Como o próprio nome sugere, relativismo está relacionado ao que é relativo; o que para completar a frase relativismo "moral", pode explicar que nesta visão, a moral é relativa e não absoluta. Isto é, o que pode ser imoral para um brasileiro pode não ser para um holandês, porque isto é relativo à cultura e crenças de cada lugar. Portanto, não pode ter conotação absoluta. Sem dúvida uma grande porta aberta para o declínio social.
    Quando a vida passa a ser regida pela relatividade moral, os conselhos de Deus possam não fazer mais sentido. Foi exatamente o que aconteceu com aqueles homens; registrado no versículo 19. Eles começaram a não acreditar mais em Deus, precisavam ver a sua obra para crer em seu poder. Esse é o fim de quem se afasta de Deus, torna-se incrédulo.

4 – A Inversão de Valores Éticos e Morais: (Is 5: 20).
    
   O versículo vigésimo deste mesmo capítulo faz uma declaração sobre a inversão de valores, em que o mal ocupa o lugar do que é o bem; o errado ocupa o lugar do que é o certo; e o ter ocupa o lugar do ser.
    Deus reprova enfaticamente este tipo de atitude. Esta inversão de valores éticos e morais; começou no coração de Lúcifer, quando intentou construir um trono que estivesse acima do trono de Deus (Is 14:12-14). A vontade de "ter" uma posição mais elevada (acima de Deus), fez com que ele não valorizasse a sua posição de "ser" um querubim ungido a serviço do Senhor. Este é um exemplo clássico da inversão de valores praticados desde lucífer e que até hoje faz parte das atitudes de milhares de seres humanos espalhados por toda a face da terra.
    Em nome da vaidade, pessoas até desistem de servir a Deus para ocupar lugares que não convém aos santos, tudo em nome de status social; poder e riquezas. São os bens terrenos de que falam a bíblia, que pode corromper o homem e torná-lo escravo do pecado.
    No regime em que o mundo vive hoje em dia, que é o capitalismo; o apelo ao ter em função do consumismo é ainda mais veemente do que quando Isaías profetizou sobre a situação de Israel, no capítulo quinto do livro que leva o seu nome. O caráter que é algo inegociável tem sido negociado hoje em dia, por um cargo político (com a corrupção), pela aquisição de um bem, como um carro, uma casa, etc. Esse é um exemplo dentre milhares que poderiam ser citados.
    Se Deus ficou tão insatisfeito com os frutos que estavam sendo produzidos por Israel naquela época, o que dizer dos frutos produzidos pelos homens hoje em dia. Em que a identidade do ser "humano" nunca foi tão incerta, e os valores morais e éticos nunca foram tão invertidos!

5 – Auto Suficiência Moral: (Is 5: 21).
    
      O texto do versículo 21, declara sobre a auto conceituação, ele fala sobre o homem que se auto intitula sábio, seguindo os seus próprios preceitos. Aqueles que adotam esta postura determinam a suas próprias regras, sendo assim, a moral torna-se aquilo que lhe convier, ou que faça parte de seu conceito sobre o assunto.
    Milhares de pessoas adotaram tal postura e atitude, principalmente quando a moral envolve assuntos de cunho religioso. Muitos são os que têm sua opinião formada sobre diversos assuntos baseados em suas próprias ideias e conceitos. É comum vermos nos noticiários de TV, as pessoas serem entrevistadas pra comentarem sobre algo que diz respeito a moral, e elas iniciarem suas falas, dizendo: - "eu penso que tal coisa deve ser assim". Por que falam desta forma? - Porque seguem suas próprias ideias, não falam baseado num código de ética pré-estabelecido por Deus, ou até os que foram criados pelos homens, falam o que pensam e isso para elas são regras, são leis estabelecidas por elas próprias, e que, portanto, são irrefutáveis.
    Daí, temos um cenário montado do desequilíbrio social, simplesmente porque, se não há regras, não há diretriz, sem diretriz, cada um segue seu próprio caminho. E os caminhos sem direção, não tem garantia de assertividade. Por isso, muita maldade, criminalidade e desalentos.
    Deus sabia que os que praticam a auto suficiência, trilha o caminho das derrotas. Por isso repreendeu essa atitude de muitos israelitas naquela época. Talvez seja essa a razão de tanto sofrimento humano nestes últimos dias.

6 – A Injustiça Social: (Is 5: 22 - 24).
    
     Todos os desvios de conduta ética e social do indivíduo, somados, resultam na injustiça social. O versículo 22 retrata bem a figura dos que usam a sua força e o poder que lhes foi confiado, para o mal. Exemplo típico de quem recebe o poder para governar e promover a justiça social, e que ao contrário, as utiliza para seu próprio bem; para satisfazer seus intentos, sem se importar com os outros. No versículo 23 a figura da injustiça fica mais patente, quando o escrito diz que: "... por suborno justificam o perverso, e ao justo negam justiça!". Esta expressão relata a condição do caráter do homem, que para se valer de suborno, torna-se injusto com os justos, e justo com os perversos. Inversão total de valores.
    A contrapartida de Deus diante de tantos desvios de conduta foi ascender a sua ira contra a casa de Israel. Nos versículos seguintes, isso fica bem claro.
    Deus instituiu as regras de conduta ética e moral, para manter o equilíbrio e a justiça social, pois somos cidadão de dupla cidadania, somos cidadão da terra e também do céu. E como cidadão da terra, precisamos nos relacionar bem com nossos semelhantes. O que se faz necessário haver regras que estabeleçam nossas relações.
    Deus não nos fez e nos deixou a mercê dos acontecimentos da vida, ele deixou as regras pré-estabelecidas para bem nos relacionarmos, o homem é quem tem feito tudo para desordenar aquilo que Deus deixou bem organizado.
    A misericórdia de Deus é tão grande que nos versículos 25 a 30, a bíblia relata que Deus não recolheu a sua mão de sobre Israel. Ele permitiu que a assíria castigasse os judeus, mas com o único objetivo, que se arrependessem e mudassem as suas atitudes, que tivessem mudança de comportamento, voltando a cumprir o código de conduta moral e ética determinada por Ele.
    Um dia isso será real em todo o mundo, quando Deus instituir o governo milenial, haverá equidade, justiça e felicidade plena. Enquanto isto não acontece, façamos a nossa parte, vamos mudar o mundo com nossas atitudes, sejamos éticos e morais.


Conclusão
   
    A ética e a moral são valores que devem fazer parte de nossas vidas, nunca devemos abandonar estes valores porque são eles que norteiam a reta direção que temos para nos orientar no nosso dia-a-dia; Deus não deixou estes valores inegociáveis, simplesmente por deixar, são de suma importância para o nosso progresso como seres humanos, para evoluirmos como pessoa, que tem a sua própria identidade e precisa preservá-la.
    Que Deus nos dê a graça e a sabedoria para guardarmos a sua palavra, e nunca perdermos a direção, o alvo: Jesus Cristo.

Deus os abençoe em Cristo Jesus!


Pb. Marlon S. Sousa